Castelo de Lanhoso

Rua do Pilar, Póvoa de Lanhoso, 4830-597
Castelo de Lanhoso Castelo de Lanhoso is one of the popular Monument located in Rua do Pilar ,Póvoa de Lanhoso listed under Government Organization in Póvoa de Lanhoso , Monument in Póvoa de Lanhoso ,

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História

No alto do seu trono, na condição de vigilante do tempo e da história, o Castelo de Lanhoso é uma das principais referências culturais e patrimoniais do Concelho da Póvoa de Lanhoso.

A sua singularidade, pela forma como se afirma na paisagem (no pino do maior afloramento monolítico granítico conhecido), aliada à carga histórica e simbólica que encerra, aporta-lhe uma marca indelével na região e no país.

Marco incontornável na conquista e formação do reino de Portugal, ao contemplar-se o Castelo de Lanhoso é difícil não experimentar o imaginário de combates, lutas e batalhas históricas.

Uma das figuras intimamente ligada à história do Castelo é a da Rainha D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal. Desde as suas responsabilidades, senão na edificação, certamente na sua reedificação, garantia dada pelo desdobramento da epígrafe visível no acesso à entrada da alcáçova assentei cumprindo ordens de Teresa, será já no séc. XII que o vínculo se estabelece de forma mais afirmativa, quando em diversos momentos esta fortaleza abriga D. Teresa.

Em 1121, regista-se o episódio do cerco que é imposto pelas forças de D. Urraca, sua irmã, que não consegue tomar de assalto o inexpugnável Castelo nem escapar ao arrojo dos cavaleiros portucalenses. Ambas as partes findam a contenda com a assinatura do Tratado de Lanhoso, em 1121.

Em 1128, derrotada na Batalha de S. Mamede, D. Teresa retorna ao Castelo de Lanhoso, impelida por seu filho, a caminho do exílio na Galiza. Deste episódio decorre o chamado Mito do Pecado Original, quando se diz que, logo após a Batalha de S. Mamede, D. Afonso Henriques, teria encarcerado a mãe nos subterrâneos do castelo (ainda desconhecidos).

Já em finais do século XII, o alcaide de Lanhoso, D. Rodrigo Gonçalves Pereira, após denúncia de infidelidade de sua mulher, D. Inês Sanches, para vingar a sua honra, regressado do campo de batalha, ordena que se incendeie o reduto fortificado, onde se encontravam a esposa adúltera, o amante (um frade beneditino do convento de St.ª Maria de Bouro), e demais populares cúmplices da pérfida traição que sofrera.

El-Rei D. Dinis, zeloso da manutenção e desenvolvimento dos seus domínios, outorga Carta de Foral à sua Póvoa de Lanhoso, datada de Coimbra, a 25 de Setembro de 1292, destacando a necessidade de garantir o controlo e eficácia de um baluarte militar estratégico, o que se confere pela continuidade de ocupação desde o remoto tempo de povoamentos castrejo e romano.

Em 1680, André da Silva Machado, um rico negociante no Porto, originário destas Terras de Lanhoso, obtém junto das autoridades locais, autorização para desmantelar parte das muralhas e barbacã da já velha fortaleza, utilizando as pedras para edificar um Santuário votado a Nossa Senhora do Pilar. Este santuário, composto por nove capelas, oito delas representando a Paixão de Cristo com esculturas em madeira, uma capela recordando o episódio da boa Samaritana e pela Capela do Senhor do Horto, constituiu um dos mais concorridos santuários marianos da região do Minho.

Quando no 2.º quartel do século XX se iniciaram as obras de restauro, promovidas pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, do Castelo de Lanhoso quase só restava a sua Torre de Menagem.

Em 1996 a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso abre ao público a Torre de Menagem do Castelo de Lanhoso com as principais marcas e referências em termos de espólio resultante das descobertas que ao longo dos anos foram desenvolvidas, em 2011, é decisivamente transformado e adaptado a verdadeiro núcleo museológico e interpretativo da sua e nossa história.

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