Os razoáveis filões de matéria-prima (o barro) e a grande utilidade doméstica dos artigos cerâmicos ajudaram a desenvolver a classe de oleiros, uma das mais numerosas da vila no séc. XVII.
Esta era uma olaria com características muito próprias, com o seu aspeto original aparentemente grosseiro, devido à ausência de motivos decorativos nas peças.
Com o passar dos tempos impôs-se o caráter estético: uma decoração rica, tradicionalmente nas cores azul e branco, acrescentou valor e revalidou a utilidade das peças como objetos decorativos.
Feliciano Mira Agostinho é hoje um dos Oleiros de referência nesta arte. Deu continuidade à herança familiar e continuou a trabalhar o barro com o saber passado pelas gerações anteriores. Mas às peças de hoje soube dar uma interpretação moderna, embelezando-as com motivos originais e introduzindo novas cores. Assim se faz o ponto de encontro entre o tradicional e o contemporâneo, que mantém viva a tradição.