Santa Casa da Misericórdia da Maia

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A Santa Casa da Misericórdia da Maia foi fundada em 27 de Novembro de 1954. O concelho da Maia era, na altura, essencialmente rural, carecido de todas as estruturas básicas e com enormes carências sociais. Vivia-se a crise emergente do após guerra.
Na área de intervenção social existia, nesse tempo, em funções no concelho, uma Comissão Municipal de Assistência que, com grande empenho e espírito de solidariedade, fazia o que lhe era possível para minimizar as mais graves situações sociais.

Foi esta Comissão, por onde ao longo de alguns anos passaram grandes Homens de reputado conceito moral e político do nosso concelho, quem adquiriu o terreno e construiu um pequeno posto hospitalar, que bons serviços prestou à população Maiata na área dos cuidados primários de saúde, apenas servida pelo Hospital de Santo António, no Porto.

Devemos aqui recordar que esta Comissão, praticamente, não tinha apoios e os recursos financeiros eram escassos. Foi necessário recorrer a algumas iniciativas junto das populações para angariar o dinheiro para a compra dos terrenos. Uma das maiores dessas iniciativas foi o Cortejo de Oferendas, realizado em Novembro de 1953, que suscitou grande adesão popular e teve a ajuda de quase todas as Juntas de Freguesia do Concelho.

O valor apurado neste grande Cortejo de Oferendas foi de 92.833$00. Com este dinheiro comprou-se, à Família Laracho, uma parcela de terreno com 1783 metros quadrados, pelo valor de 60.000$00 e à Família Calheiros outra parcela mais pequena, por 20.000$00, onde ainda hoje se encontra instalada a sede da Misericórdia.

Igualmente por iniciativa desta Comissão Municipal de Assistência foi fundada a Santa Casa da Misericórdia da Maia, tendo o respectivo compromisso sido ractificado por despacho de sua Excelência o Subsecretário de Estado de Assistência Social, publicado no Diário do Governo nº 279 III série de 27 de Novembro de 1954.

O primeiro Provedor foi o Exmo. Senhor Dr. Joaquim Alves Andrade Dias, servindo como Secretário o Exmo. Senhor Engº. José Afonso Moreira de Figueiredo e como Tesoureiro o Exmo. Senhor Dr. Fernando de Araújo Barros.

Sem instalações próprias e sem nenhuns recursos financeiros, a Santa Casa da Misericórdia da Maia nasceu do nada. Apenas da boa vontade desse grupo de Grandes Homens, que com o seu trabalho e grande generosidade conseguiram pôr em marcha a sua actividade social, que embora reduzida, era importante junto da população mais carenciada, a quem eram oferecidos alimentos, medicamentos, subsídios de renda e outras ajudas quotidianas.

O seu orçamento era reduzidíssimo, funcionando a novel Instituição quase exclusivamente na base de trabalho prestado voluntariamente. Foi à custa de imensos sacrifícios e torneando grandes dificuldades, que a Instituição foi conseguindo ganhar forma e crescer pouco a pouco.

Em Abril de 1955 a Comissão Municipal de Assistência, na altura presidida pelo Exmo. Senhor Domingos Nogueira da Costa, deliberou transferir para a Santa Casa da Misericórdia da Maia o Posto Hospitalar e todo o terreno envolvente. Cumpridas todas as formalidades burocráticas, foi assinado o auto de transferência em 7 de Março de 1956, em cerimónia realizada na Câmara Municipal, na altura presidida pelo Exmo. Senhor Coronel Carlos José Moreira .

A partir daqui a Misericórdia da Maia tomou consciência da grandeza da sua missão de solidariedade ao Serviço da Comunidade Maiata. À medida que a sua acção se desenvolvia, as suas instalações foram-se tornando exíguas e incapazes de corresponder às solicitações.

Sem Beneméritos e com os apoios oficiais escassos, a Mesa Regedora de então, para abreviar o problema, meteu mãos à obra e, a custo, conseguiu erguer uma casa maior, à qual, orgulhosamente chamava “o seu hospital” e cuja frontaria hoje se mantém.

Assim se passaram os primeiros 20 anos, com entusiasmo e vontade de crescer, para cada vez melhor poder ajudar os mais frágeis e desvalidos.

A comemoração da sua primeira vintena de anos coincide com a Revolução de Abril de 1974, cujos exageros iniciais acabaram por escrever uma página negra na história do movimento das Misericórdias e, também, particularmente, na história da Misericórdia da Maia.

Era, ao tempo, seu Provedor, o Senhor Dr. Daciano Quintela, que viu e sentiu os fervores revolucionários espoliar a Misericórdia do seu património e amordaçá-la na sua acção.

Durante alguns anos a Misericórdia viveu praticamente na clandestinidade, sem porém, nunca ter perdido o seu sentido humanitário.

Em 1976 foi designado Provedor o Senhor Dr. Joaquim Rocha Moreira.

Passado o período revolucionário e começando a democracia a consolidar-se por todo o país, o património da Santa Casa foi restituído. Como compensação, foi-lhe concedido um subsídio de 500 contos, que permitiu a retoma da sua normal actividade.

É neste virar da página da vida da Santa Casa da Misericórdia da Maia que é eleito Provedor, em 1981, o Senhor Professor Doutor José Vieira de Carvalho, então também Presidente da Câmara Municipal.
É a partir desta data que a Misericórdia não mais deixou de crescer porque o jovem Vieira de Carvalho, na altura com os seus 43 anos, traçou uma fasquia muito alta para o futuro da Santa Casa. Como afirmou na altura o Vice Provedor Senhor Carlos de Oliveira Campos, “para o Doutor Vieira de Carvalho a Câmara Municipal era o corpo da Maia e a Misericórdia a sua alma.” E sendo a alma da Maia, a Misericórdia tinha que crescer ao mesmo ritmo do corpo. Tinha de acompanhar o crescimento da Maia em todas as suas dimensões.

E assim foi, realmente ao longo dos 21 anos em que foi seu Provedor o Doutor José Vieira de Carvalho. A Santa Casa cresceu a um ritmo alucinante, passando de zero funcionários para os quase quatrocentos de hoje, que, distribuídos pelas diversas valências, prestam um dos melhores serviços sociais da Maia. Foi durante o consulado de Vieira de Carvalho que se iniciaram funções em todas as actuais valências da Misericórdia, e cujo registo cronológico adiante se dará conta no local próprio desta brochura.

É ao grande homem e grande Maiato, ao seu entusiasmo, ao seu saber, à sua capacidade de trabalho, que se deve todo este crescimento em benefício da solidariedade e da defesa dos mais desfavorecidos.

O Prof. Doutor José Vieira de Carvalho faleceu a meio do mandato do triénio 2000 a 2002, mais precisamente em 1 de Junho de 2002. O seu inesperado desaparecimento foi uma perda irreparável para a Santa Casa da Misericórdia. Ele tinha em curso grandes projectos e lançara-se, como sempre fazia, em grandes desafios, que não paravam de surgir. Um desses maiores desafios passava pela criação de um grande Hospital na Maia que servisse os Maiatos na área da saúde, com qualidade, e para o qual já tinha a Câmara Municipal doado à Santa Casa o respectivo terreno.

O Doutor José Vieira de Carvalho sempre lutou com todas as suas forças, sem nunca desistir, para concretizar aquele que era o seu maior sonho que, infelizmente, não conseguiu ver realizado.

A Santa Casa da Misericórdia da Maia não pode deixar passar este seu 50º Aniversário sem se curvar perante esta grande figura, na convicção de que dificilmente será igualada a sua capacidade e disponibilidade. Restará tudo fazer para honrar a sua memória, continuando a sua Obra.


Com o desaparecimento do Provedor Doutor José Vieira de Carvalho, assumiu o cargo, por cooptação, o Vice Provedor Senhor Fernando de Almeida, outra figura histórica desta Santa Casa. Para além de ser um dos seus Fundadores, sempre esteve, ininterruptamente, ligado à Instituição. Ao longo destes 50 Anos desempenhou vários cargos. Foi Mesário, Secretário, Vice Provedor. Foi o braço direito do Prof. Doutor José Vieira de Carvalho, de quem sempre foi fiel amigo e dedicado colaborador, tendo-o acompanhado nos bons e nos maus momentos da sua vida, desde 1968 até ao dia do seu desaparecimento.

Em finais de 2002 realizam-se novas eleições e em Janeiro de 2003 toma posse uma nova Mesa Regedora para o Triénio 2003 a 2005, sendo Provedor o Senhor Fernando de Almeida que, apesar dos seus 84 anos, a todos surpreendeu com a sua juventude e capacidade de trabalho.

Este será um mandato que certamente não vai ser nada fácil de cumprir. Assumir e dar continuidade à grandiosa obra deixada pelo Doutor Vieira de Carvalho numa altura em que o País mergulhou numa das maiores crises económicas dos últimos tempos, em que o desemprego aumenta consideravelmente, criando graves dificuldades às famílias, exigindo da parte das Instituições uma maior e mais pronta resposta, será certamente uma enorme responsabilidade para os homens e mulheres que estão neste momento à frente dos destinos da Instituição. Seguramente que, com a sua dedicação, o seu esforço e seu amor, vencerão todas as dificuldades em que vive hoje a Santa Casa da Misericórdia da Maia que ela possa continuar a defender os seus grandes valores, que serão sempre os de servir e ajudar os Maiatos, principalmente os mais frágeis.

A Santa Casa da Misericórdia da Maia é reconhecida como o parceiro social mais capaz no Concelho da Maia e por isso têm sido assinados diversos Protocolos de Cooperação com a Segurança Social, Câmara Municipal e com a Comunidade Europeia, dos quais resultaram diversas valências que prestam, reconhecidamente, um serviço de alta qualidade à população.

Em 7 de Março de 2003 foi assinado um Protocolo entre a Câmara Municipal, presidida agora pelo Senhor Eng.º António Gonçalves Bragança Fernandes, a Santa Casa da Misericórdia da Maia e um grupo Austríaco, tendo em vista a realização do estudo económico que possibilite a parceria de construção e gestão de um Hospital, no terreno doado pela Câmara Municipal da Maia, como era o desejo do Prof. Dr. José Vieira de Carvalho e que a Misericórdia espera vir a cumprir.

50 anos de história, recheada de dificuldades, mas também de muita dedicação ao próximo. Dessa dedicação nasceram, de partos difíceis, diversas instituições que são, justamente, o orgulho da Misericórdia da Maia e das comunidades servidas, tal a qualidade dos serviços que prestam, sempre inbuídas do espírito de Misericórdia.

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