“Gosto de correr terra, de palmilhar estradas, de parar nos alpendres dos ferradores ouvindo retinir o martelo no banco do pinchar, de pernoitar nas estalagens escutando histórias à lareira, de atravessar os campos e de subir os montes, ao chiar das noras, ao soar dos moinhos, ao marulhar das regas, no cheiro dos musgos, das estevas ou das giestas, no tempo das ceifas, no tempo das debulhas, no tempo das vindimas, no tempo da monda, da lavra e da semeadeira em todos os tempos, enfim, em que o homem renova o seu doce enlaçar a terra benigna, em cujo seio tem de dormir para sempre.” (Ramalho Ortigão)