Confraria do Covilhete - CC

Loteamento da Fonte Nova, Lote 17, Vila Real, 5000-532 Vila Real
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As confrarias iniciaram-se no período romano nos “Collegia” e também nas “Gildas” germânicas. Estas organizações expandiram-se por toda a Europa, em especial na França carolíngia com os “Collecate”. Organizações que pretendiam, à volta de uma refeição gastronómica, promover, divulgar, um produto, uma região, defendendo todos os aspectos sociais inerentes à partilha, à entreajuda e ao convívio.
A própria Igreja, desde os séculos IX e X, na sequência da reforma gregoriana, promove e acarinha as confrarias em redor dos mosteiros e paróquias. Deste encontro entre clérigos, senhores e populações vão surgir receitas que perduram até hoje.
Na nossa Vila Real não podemos esquecer toda a herança gastronómica que recebemos das freiras do Convento de Sta. Clara.
É o património imaterial que todos possuímos nas nossas casas, nas nossas famílias, nas nossas comunidades. São os sabores, as artes e os saberes que transportamos de geração em geração. Uma cultura viva que temos a obrigação de preservar, relembrar e passar à geração seguinte.
Na “Bila” abundam várias iguarias diferenciadoras e afamadas: dentre elas cumpre-nos distinguir e relevar o covilhete, uma tradição secular.
No 4º quartel do séc. XIX, no “Chiado”, Largo do Calvário, realizava-se a grande feira de Santo António: aqui instalavam-se barracas de comes e bebes, ficando famosas as do “Retiro dos Pacatos”, do “Espadilha”, do “João das Três” que se anunciavam nos jornais da época, oferecendo ”muito asseio, higiene e pinga de estalo” para acompanhar os covilhetes com arroz de forno.
Elísio Neves diz-nos:
“Os covilhetes, espécie de empadas de carne hoje tão divulgadas e representativas da gastronomia vila-realense, que devem o nome ao seu formato, tinham a sua tradição ligada à Feira de Santo António, mais tarde também às Festas do Senhor do Calvário e da Senhora de Almodena, ocasiões praticamente únicas em que eram comercializados em barracas/restaurantes montadas para o efeito. Eram igualmente comidos pelo Carnaval. Com a fixação dos estabelecimentos hoteleiros, restaurantes e pastelarias no secular Campo do Tabolado (actual Av. Carvalho Araújo) e na Estrada-Rua integrada na rede fontista que atravessava a vila, a partir dos anos 60 do séc. XIX, os covilhetes, acompanhados de arroz de forno, ganharam lugar nas suas ementas, ao lado da vitela, das tripas e da pastelaria conventual.
A sua popularidade vai crescendo e já no séc. XX há pessoas que vão pelas ruas e casas, em dias certos, vender covilhetes em tabuleiros de verga cobertos de toalhas de linho”.
A associação formalizada no dia 20 de Julho de 2015 pretende, de acordo com o artigo 4º dos seus estatutos, ser um forte e decisivo pólo dinamizador do covilhete e dos produtos culturais e gastronómicos a ele associados.
A Confraria será um factor de diferenciação motivadora, através da proximidade entre todos os confrades e a sociedade vila-realense.
Que promova sobretudo a excelência do produto, o nome de Vila Real, a colaboração ativa entre todos os parceiros em busca da melhoria e da partilha dos métodos de elaboração, dos segredos do “metier”, garantindo covilhetes de qualidade única com a marca de Vila Real, possibilitando sermos referenciados e diferenciados pelo mercado.
Aproveitaremos o contributo de todos para obter benefícios mútuos.
A Confraria tem por objetivo ser um parceiro activo e responsável na valorização e promoção do covilhete, defendendo parâmetros de qualidade e exigência.
Que seja também um fórum empresarial, social e cultural onde se reforcem laços de cooperação em prol de objectivos comuns de afirmação do covilhete e da cidade.
Fazer um trabalho partindo da qualidade intrínseca, do rigor, da exigência, com uma visão de futuro, associando-nos às inovações científicas, às universidades, à procura das certificações, mas também dos novos sabores e palatos, e sobretudo dos novos consumidores que serão a garantia de perenidade do Covilhete de Vila Real.
Temos um potencial monumental e a ambição de catapultar o covilhete de Vila Real para patamares de reconhecimento como uma iguaria ímpar, divulgando e utilizando os recursos das novas tecnologias de informação e do digital.
Este é um momento de inigualável importância e celebração do orgulho de todos os promotores pela nossa terra através deste produto único e diferenciador.
Pretendemos assumir um passado glorioso na construção de um futuro promissor. Fazer bem, fazer exigente.
Possuímos um produto não replicável, graças à qualidade dos ingredientes naturais e aos segredos dos mestres pasteleiros.
Temos a felicidade de ter entre nós “mestres” sábios conhecedores da elaboração da receita original dos covilhetes, utilizando a famosa carne de vitela ou vaca maronesa impregnada dos sabores únicos e autênticos de Vila Real.
A presença dos “mestre”, cuja autoridade reside no reconhecimento das suas competências, proporcionará uma experiência sensorial e gustativa, combinando toda a criatividade individual, num conhecimento colectivo, discutindo-se diferentes receituários e formas de confecção.
Aos “mestres,” solicita-se-lhes que ajudem os discípulos a melhorarem as suas qualidades.
Ensinem, com o vosso comportamento e conhecimento, a preparar os líderes do futuro, transmitindo-lhes, sobretudo, sentimentos e paixão pela arte gastronómica e por Vila Real.
A nossa Confraria nasce num Verão inolvidável para a memória histórica e simbólica do Município.
Decorrem 600 anos da conquista de Ceuta
Foi nesta Praça africana que D. João I, Rei de Portugal, entregou a sua defesa e respectiva governação a D. Pedro Meneses – um transmontano forte e decisivo, verdadeiro, valente, ousado e destemido. Armado com o seu ALLEO, orientando as suas tropas com coragem e valentia, fez com que os mouros considerassem Ceuta “uma praça invencível”.
A partir de 1415 Vila Real e o ALLEO seguem um percurso comum.
Hoje, no século XXI, os nossos ALLEOS são os nossos produtos.
O covilhete, associado às demais iguarias gastronómicas de excelência que nos identificam, representa a qualidade intrínseca de um povo e de um destino turístico, hipervalorizando as belezas paisagísticas que a natureza tão prodigamente dotou as terras do Marão e Alvão.

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