Arouca, sendo um município muito extenso, situado no dito Litoral Interior, caracteriza-se pelos seus vales profundos, verdejantes e de terras profundas, correndo no seu seio o Rio Arda, desenvolvendo-se em altitude, percorre o maciço da Gralheira podendo, assim, dizer-se um território serrano.
Em seu redor encontramos os demais municípios que foram definidos como o Solar da Raça Arouquesa.
Daqui teria que resultar, naturalmente, que as actividades das suas gentes se exerciam no sector primário com a exploração agrícola intensiva dos seus vales muito férteis, desenvolvendo-se até meia encosta, estando-lhe associada, como não podia deixar de ser, a criação de gado de pastoreio, tendo elevada relevância o gado vacum que proporcionava a força do trabalho – o lavrar e o carrear – e parte da sua alimentação na oferta de leite e carne. Nestas terras, e municípios circunvizinhos que constituem o ‘Solar da Raça Arouquesa’, se desenvolveu, pelo encontrar excelentes condições de habitat, a Raça Autóctone Arouquesa cuja carna, de características organológicas muito particulares e únicas que a classificam como uma das melhores que se pode degustar.
Foi pensando neste produto gastronómico ecepcional que a Associação de Agricultores de Arouca, em boa hora, se lançou na criação de uma Confraria Gastronómica. Assim, em 25 de Março de 2002 é constituída, oficialmente, a Confraria Gastronómica da Raça Arouquesa que realizou o seu I Capítulo em 06 de Dezembro do ano seguinte.
Dos seus Estatutos devemos realçar os objectivos primeiros: “A defesa, o prestígio, a valorização, a promoção e a divulgação da gastronomia ligada à Raça Arouquesa”. Naturalmente que, para a prossecução destes objectivos esteve, como está, em mente tudo procurar fazer para o incentivar, porque terá que valer apena, do nosso agricultor, ou empresário agrícola na criação dos animais para aumentar a possibilidade de oferta, satisfazendo o aumento da procura, desta carne excelente e única.
Os já 112,Confrades que integram esta Confraria, conscientes da difícil tarefe a que se propuseram, sabem das grandes dificuldades que têm pela frente, mas estão determinados a dar o seu melhor para mais contribuírem para o desenvolvimento da Raça, a sua defesa, a sua certificação e necessário controlo de qualidade sabendo quais os limites jurídicos e legais em algumas áreas que estão cometidas quer à ANCRA quer à CEF, entidades com quem quer, e tem, de protocolizar espaços de colaboração institucional.
Podemos mesmo afirmar que a capacidade que, juntos, possamos ter de, em termos da Raça, ancorar parte do nosso desenvolvimento e progresso, em direcção a um futuro melhor, naquilo que é nosso e nos diferencia, em afirmação descomplexada da genuinidade dos produtos que as nossas tradições levam à mesa e é parte interessante do que nos identifica e, de facto, rivaliza com os demais em termos de qualidade podendo, daí, decorrer o estimular o aumento dos efectivos bovinos da Raça bem como maiores compensações financeiras para os nossos produtores.
Acreditando que todos os instrumentos e organizações de qualidade são mais valias firmes para alcançar os nossos desideratos, foram lançados desafios para a constituição de uma outra realidade associativa. Tal intenção, por boa, levou à criação da Associação das Confrarias da Rota de Cister, projecto autónomo, que está em franco desenvolvimento e há-de, por novas adesões, mais fazer em defesa do património sociocultural das terras de origem das várias Confrarias, não esquecendo que a Gastronomia é, e será sempre, um instrumento fortemente potenciador do desenvolvimento das regiões e, diremos mesmo, dos Países.
O Grão Mestre da Confraria