Igreja da Camacha

Complexo Social e Paroquial da Freguesia da Camacha.

- Memória descritiva e justificativa -

1) Considerações gerais
O projeto do novo Complexo Social e Paroquial da Freguesia da Camacha, constitui um processo iniciado há vários anos, que passou por um período de pausa em que não se vislumbrava a possibilidade de concretização da respetiva obra.
Graças ao empenho das Entidades Eclesiásticas, ao entusiasmo da população da Freguesia da Camacha e principalmente ao apoio e dedicação do Governo Regional da Madeira na pessoa o seu Presidente e Secretaria Regional do Equipamento Social, o projeto sofreu alterações e reajustamentos em termos programáticos, com vista ao melhor aproveitamento e funcionalidade dos espaços criados, mantendo-se no entanto a conceção inicial do projeto.

2) Objeto e localização
Esta obra constitui a concretização das aspirações duma população de cerca de 7.000 habitantes que se encontram radicados numa região de características rurais em ocupação dispersa. No entanto, o desenvolvimento sociocultural e económico desta comunidade, aliados á perspetiva de desenvolvimento implementado pelo Governo Regional com a criação de zonas habitacionais e alargamento da rede viária, justificam a concretização deste complexo.
O mesmo localiza-se no Sítio da Achada, a sul do Largo Conselheiro Aires de Ornelas, junto á Rua da Ribeirinha, naquela freguesia. Aquela rua, em fase de alargamento, deverá constituir uma infraestrutura de acesso ao Complexo Social e Paroquial, com a dignidade adequada, principalmente com passeios em ambos os lados das faixas de rodagem e muros de suporte adequadamente acabados.
O Complexo deverá desenvolver-se por fases de concretização que se interligam e completam nume perspetiva de unidade de conjunto. As suas peças constitutivas são essencialmente a igreja propriamente dita, o Salão Paroquial, a Residência Paroquial e as zonas envolventes.
A Igreja, com a capacidade de cerca de 1.500 pessoas, situa-se dentro da área de influência da antiga Igreja, junto dos principais polos de atração urbana da vila. O seu enquadramento paisagístico foi considerado numa correlação volumétrica e formal para a zona e terreno onde se implanta.

3) Conceção Litúrgica
Segundo as diretrizes do Concilio Vaticano II para a construção de novas igrejas, a Assembleia de Fieis desenvolveu-se em redor do Altar, polo de atenção nos Atos Litúrgicos, proporcionando uma ação mais comparticipativa dos Fieis naqueles Atos que culminam na Comunhão em conjunto, constituindo um verdadeiro ágape ritual. De igual modo o Batistério localiza-se junto ao Altar facilitando uma celebração comunitária dos Batismos.
A zona coral, junto do Batistério, embora em posição lateral, está dentro da própria Assembleia, sem limites ou barreira, convidando á participação coral de todos.
O teto do templo eleva-se á medida em que os fieis se aproximam do Altar coroado pela “luz natural do alto” a iluminar a Cruz e o Altar da Celebração.

4) Conceção arquitetónica
No âmbito da conceção litúrgica, o conjunto prolonga-se para o exterior e eleva-se desde os elementos estruturais “ligados á terra” até aos de expressividade semântica espiritual no cimo do templo.
A Assembleia abre-se para o exterior e estabelece-se uma interligação com a zona de atividades socioculturais, inserindo-se no meio ambiente em que se desenvolve o Complexo, em “franco diálogo” com a natureza.
As restantes peças do conjunto ligam-se entre si por razões de funcionalidade, polivalência de espaços, condicionalismos topográficos, exposição solar, comunicações e circulações, relações espaço interior-exterior e unidade do conjunto.
Assim, a composição resulta duma inter-relação funcional dos espaços criados com a volumetria correspondente, face às necessidades de programa, condicionalismos técnicos e económicos, população a que se destina a época em que se insere.
Á Assembleia de Fieis junta-se uma área destinada às Celebrações Litúrgicas quotidianas, constituindo uma Capela com Altar próprio.
Na parte posterior do Altar-mor e do Altar das pequenas Celebrações, situa-se a Sacristia, a sala de Atos e arquivo paroquial, salas de catequese e instalações sanitárias. A partir desta zona, estabelece-se a ligação á residência paroquial.
A sul da área principal da Igreja, localiza-se o Salão Paroquial com possibilidade de funcionar como área complementar á Assembleia de Fieis, principalmente em dias de grandes Solenidades e Celebrações.
O Salão Paroquial terá capacidade para 210 pessoas sentadas ou 500 em pé. Será antecedido pelo um “foyer” que se prolonga para o piso inferior, constituindo uma zona de convívio dotada de um bar. Neste piso, localiza-se uma biblioteca, salas polivalentes para catequese, reuniões de confraria, ensaios corais e musicais, exposições e outras atividades socioculturais. Sob este piso, e como o aproveitamento do declive existente no terreno, será construída uma cave destinada a arrecadação geral.
A residência paroquial será constituída no 1º andar por três quartos de dormir com instalações sanitárias privativas e uma galeria sobre a sala de estar do rés-do-chão. Este piso, com acesso interior a partir da igreja, é constituído pelo vestíbulo de entrada, escritório, sala comum, cozinha, dispensa, uma instalação sanitária simples e lavandaria. Possuirá ligação interior á cave destinada a garagem. A residência paroquial terá um logradouro privado e ajardinado.
A construção deste Complexo Social e Paroquial a que se destina o nosso projeto, será executada por fases. Prevemos em primeiro lugar, a construção da igreja e áreas de apoio. Em segundo lugar, a construção do Salão Paroquial, zona de convívio, biblioteca, salas, áreas de apoio e cave. Em terceiro lugar, será construída a residência paroquial.
Além da preparação geral do terreno, entre as diferentes fases de execução, serão progressivamente executados os arranjos exteriores, acessos e infraestruturas das áreas envolventes.