Igreja Presbiteriana da Madeira

A 12 de Outubro de 1838, aportam à Madeira, provenientes de Glasgow, o casal Kalley, Robert e Sara, de nacionalidade Escocesa, na busca de um clima ameno e mais favorável à recuperação da enfermidade crónica de que padecia Sara.
Robert Reid Kalley, diplomado em medicina e cirurgia, sendo também missionário da Sociedade Missionária de Londres, detentor de um elevado espírito de missão filantrópica , cedo se apercebe da ausência educacional resultante de uma generalizada pobreza, desenvolve acção tendente a minimizar a situação, apoiando, organizando e criando escolas espalhadas pela ilha, para instruir todos os interessados e até um pequeno hospital onde atendia e assistia, graciosamente, os necessitados.
A par de tudo isto, cria, secretamente, a 8 de Maio de 1845, a Igreja Presbiteriana da Madeira, à qual desde logo aderiram grandes massas populacionais que o admiravam pelo seu trabalho e abnegada dedicação.
A sua eloquente cultura permitiu-lhe ser escritor e autor de hinos de veneração e adoração a Deus, que desde então, são cantados na Igreja.
Rapidamente, a missão de Robert Kalley cria grandes legiões de adeptos que se convertiam à igreja protestante vindos do catolicismo, provocando grande e inusitado pânico nas autoridades católicas e nas suas congéneres político-administrativas.
Invocando leis inquisitóriais, as então autoridades madeirenses, ao serviço da religião institucional dominante, prenderam o missionário e alguns seguidores, enquanto os recém-convertidos eram perseguidos e violentados por grupos radicais.
Em consequência das perseguições e efectiva violência física e psicológica a que foram sujeitos, pelo meio eclesiástico dominante institucional, desde sempre adesivo dos governantes, que lhes deram total cobertura, actuando em apoio.
Muitos dos seguidores e aderentes à Igreja Presbiteriana, foram mesmo mortos e ainda invadidos, destruídos e queimados os locais de culto e as bíblias traduzidas a português ofertadas pela Igreja Presbiteriana para estudo das escrituras sagradas.
Em 1846, o casal Kalley e mais de 2.000 apelidados de " Hereges Calvinistas " tiveram de fugir da Madeira, .
Hoje, passados que são, 177 anos, quase 2 séculos, a IGREJA PRESBITERIANA DA MADEIRA, permanece viva e apostada na difusão do verbo Divino que ilumina a palavra dos seus fieis no caminho da solidariedade fraterna e amor ao próximo, ajudando o caminhar dos desfavorecidos e vitimas da manifesta grave crise económico financeira que se abateu na já débil sociedade em que se insere.