História da nossa Aldeia
Povoada desde tempos remotos, a freguesia de Santa Eulália é extremamente rica em monumentos pré-históricos. Os Romanos deixaram visível a sua presença em locais como a Herdade da Alentisca e a Ermida de Santa Catarina. Digna de referência é também a Herdade de Fontalva com o seu palácio, em cuja zona têm sido encontrados vestígios do Paleolítico, Eneolítico, Bronze,Romanos e Visigodos. No actual território de Santa Eulália existiram várias ermidas, a mais antiga das quais foi a de Santa Maria da Alentisca. Para além desta, existem outras, como as de Santo António (Séc. XVIII), São João (Séc. XVII) e do Torrão (Séc. XVI).Em termos de monumentalidade, o destaque vai para a Igreja matriz, cuja construção remonta ao Séc. XV. Integra sete altares, sendo o de Nossa Senhora do Rosário em talha dourada do Séc. XVIII. A devoção em torno de Nossa senhora está bem patente nas festas da freguesia, que têm precisamente esta santa como padroeira. A fonte toda construída em granito, cuja construção data de 1931, foi desenhada por Capela e Silva, e foi o povo da freguesia de Santa Eulália que a levantou, no sítio onde ainda hoje se encontra.
Santa Eulália é, em termos de área e população, uma das maiores freguesias rurais do concelho de Elvas. Embora a actividade agrícola tenha um importante papel, outras há que merecem uma referência muito especial, devido ao enraizamento e expansão que conseguiram atingir na freguesia. Estão englobadas neste último a extracção de granito (com um número significativo de pedreiras), a confecção de vestuário típico (capotes, samarras, etc.), os trabalhos em estanho e ainda o fabrico de sacos e malas de viagem. A extracção de granito que hoje se faz nesta freguesia, conta já com os mais sofisticados instrumentos e máquinas, fazendo esquecer o trabalho, praticamente artesanal, onde se utilizavam ferramentas como os pistolos e a cucharilha. Esta actividade constitui hoje a principal fonte de emprego nesta freguesia que se viu assim enriquecida através do melhor nível de vida das suas gentes. O artesanato surge também como um sector a ter em conta, e neste particular são talvez os trabalhos de correaria, como por exemplo os arreios, burnis, selas e cartucheiras. A gastronomia típica de Santa Eulália reflecte de certa forma todo um conjunto de influências relativas a épocas do ano e rituais que ainda continuam a marca o quotidiano da freguesia. Assim, logo no princípio de cada ano, em pleno mês de Janeiro, comem-se as sopas de cachola, aproveitando alguns dos produtos resultantes da matança do porco e na Páscoa é inevitável e obrigatório provar o ensopado de borrego. Tudo o que atrás referimos pode ser encontrado anualmente numa Feira, centenária, que se realiza nesta freguesia, nos dias 10 e 11 de Junho. A proximidade da barragem do Caia, para além de tornar a pesca uma actividade lúdica preferida dos habitantes de Santa Eulália, possibilita que os pratos de peixe sejam também extremamente apreciados, com destaque para a carpa, a boga e o achegã. Santa Eulália, com a sua posição privilegiada, na rota entre a sede do concelho e a capital do distrito, pode constituir-se como um pólo de desenvolvimento.
Ali está em estudo a implantação de uma pousada da Juventude, que irá em muito dinamizar a freguesia. As infra-estruturas que Santa Eulália apresenta, a praça de touros (bastante antiga), o parque de jogos, as associações recreativas e desportivas, são factos determinantes, na ocupação dos tempos livres da sua população que continua a preservar os jogos da malha e do xisto. Santa Eulália é uma freguesia que não esquecendo o seu ilustre passado, se projecta no futuro, como o provam a construção de habitação que ali se verifica e o futuro centro de dia que está em construção. Berço de gente ilustre como o Capitão Manuel Rodrigues Carpinteiro, grande impulsionador da freguesia, José Silva Picão, Capitão Vaz Monteiro, governador civil de Portalegre e o Coronel Passos e Sousa, governador militar, Santa Eulália beneficiou também bastante da existência de uma estação dos caminhos-de-ferro para se desenvolver. Não podemos esquecer também a grande riqueza cinegética existente nesta zona, onde predominam as espécies como o coelho e a perdiz, sendo Santa Eulália uma zona histórica de caça, pois já o Rei D. Carlos aqui se deslocava para efectuar as suas caçadas. A freguesia apresenta dois tipos de habitação predominante: a casa alentejana (só com rés-do-chão) e casa senhorial, normalmente com 1º andar e interessantes trabalhos em ferro forjado nas sacadas, traços marcantes e intimamente ligados ao nobre passado desta freguesia.