OFICINA
Para começar, Oficina é uma escolha de nome pouco óbvia para o atelier de um artista, mas quando se começa a tirar o pretensiosimo à arte e o artista do pedestal, o que fica é o patamar mais humano e orgânico. Por isso, o nome do espaço é mesmo esse. E isso é tanto mais adequado quando se pensa que o espírito da Oficina não é o de uma linha de montagem, sempre ativa mas nunca viva. Muito pelo contrário, o espírito é precisamente o de um organismo vivo, que se muda e adapta a cada projeto. Quem passar por lá num dia, encontra um espaço cheio de lascas de madeira e, se voltar lá na semana seguinte, pode estar invadido por brinquedos de plástico. Tudo depende do que vai na cabeça, enfim, nas mãos do artista. E isso é algo que nem ele sabe. Mais que um sítio onde se trabalha, a Oficina é um sitio onde se brinca. Enfim, não se entenda que é uma brincadeira leve, mas é, de facto, um espaço que dá tanto prazer quanto um recreio. Ou, melhor ainda, uma loja de brinquedos onde uma criança entra pela primeira vez e só sai quando quiser.
É na Oficina que as coisas nascem, as peças crescem e começam a ser. Às vezes, começam a ser coisas que o artista quer e planeia, outras tornam-se surpresa inclusivamente para quem as faz.
A Oficina Gezo Marques existe há cinco anos e fica situada no meio do Bairro Alto, o coração de Lisboa que bate ao som das aulas do Conservatório de Música.