A coletividade da Rua das Rosas (Figueira da Foz), fundada em 10 de Agosto de 1880, é uma das mais emblemáticas agremiações pela sua postura e trabalho em prol da preservação da cultura figueirense.
Para além dos Autos Pastoris e Auto dos Reis Magos, a "Teimosa", como também é conhecida, marca anualmente a sua presença em tradições tão populares como o Enterro do Bacalhau e a Serração da Velha.
Nas páginas de história que prestigiam esta coletividade, salienta-se ainda o concerto que a filarmónica deu no Convento da Batalha, em Setembro de 1908. A assistir ao concerto estava D. Carlos, que a galardoou depois com o título de "Real".
Manuel Dias Soares, autor da música da Marcha do Vapor, aprendeu música, entre outros, com Augusto Symaria, regente da D' Agosto. Mais tarde o próprio Manuel Dias Soares também dirigiu esta filarmónica.
E foi exatamente à frente da Dez D' Agosto que Manuel Dias Soares dirigiu musicalmente uma corrida de touros em Salamanca. A Filarmónica Dez d'Agosto deslocou-se a Espanha para abrilhantar a corrida em que o então matador Mazzantini triunfou, oferecendo a estocada afinal e a orelha do touro à Filarmónica Dez d' Agosto.
Presentemente, a coletividade é presidida por Ricardo Santos, que pretende, com a sua equipa, desenvolver novos projetos para a coletividade, bem como manter as tradições.
Nomes como Armando Dias, Maria Esteves, Fernando Mingachos, Albobrano Nazaré, Joaquim Mesquita (Caneca), José Nicolau Borges, Maria Bugalho, entre muitos outros já falecidos, pisaram o palco da velha agremiação. Importa recordar algumas tradições da coletividade, que chegou a organizar igualmente as antigas Serenatas do Mondego.
A Direcção da Teimosa deu, em 2001, o nome de Maria Olguim ao palco da colectividade, lembrando a actriz que se estreou na Dez D' Agosto.
Texto: António Jorge Lé (adaptado)