O Café Terezinha é o mais antigo da Praia da Vitória e, provavelmente, o mais antigo da ilha Terceira.
Abriu ao público em 1941 com a chegada das tropas portuguesas, o Batalhão de Caçadores Dez, à ilha, que antecedeu a vinda “dos Ingleses”. As tropas britânicas vieram para alargar a pista das Lajes garantindo assim um ponto de apoio aéreo aos navios que atravessavam o atlântico em socorro dos Aliados que combatiam na Europa.
Foi, na ocasião, uma excelente oportunidade de negócio que António Borges de Quadros, o António Terezinha como era conhecido, seu fundador e proprietário, soube aproveitar. Mais tarde foi trespassado a Cipriano Rocha.
Foi um dos espaços mais emblemáticos do convívio local, um autêntico lugar de culto, bem situado no sentido tradicional e comercial do termo. É um café de esquina com uma visão ampla do seu interior para três das ruas do centro histórico praiense.
Podemos dizer que o Café Terezinha foi um verdadeiro centro nevrálgico da cidade, uma espécie de consciência da Praia da Vitória, foi uma das zonas onde se comentava com mais vigor o quotidiano, o dia-a-dia da vida local, regional, nacional e até internacional, nele se reuniam outrora para ouvir rádio quando o café tinha então um dos poucos receptores da vila. Todas as noticias que interessavam sabiam - se no “ Terezinha “.
O Café Terezinha reflectia também a sociedade praiense, nunca foi um espaço exclusivista, pelo contrário a sua clientela representava exemplarmente toda a estrutura da ordem social e das mentalidades da Praia da Vitória, reunindo todos os traços e dinâmicas dos diferentes períodos e épocas em que se manteve aberto ao público.
Actualmente o proprietário do imóvel e bisneto do fundador, Roberto Quadros Costa, pretende reabriu as suas portas mantendo o nome “ Café Terezinha “ que lhe foi atribuído pelo seu familiar, pois é um nome comercial e bem conhecido dos praienses. Propõe - se igualmente criar um espaço que respeite a integridade e memória do edifício repondo a sua natureza arquitectónica e que mantenha também o mesmo espírito e o mesmo conceito de café aberto pelo seu antepassado – local de conversas, tertúlias e análises acesas do quotidiano da Praia, da região, do país e do mundo.